quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Curso de Iluminação e Sonoplastia ou Curso de Luz e Som - parte2

por Bambu (Edney Rossi)

Curso: Inicio Parte 01 Parte 02


Nota autoral:
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(continuando...)

Luz e Som uma abordagem artística e sensorial

Iluminação

Nós espectadores, muitas vezes esquecemos do papel da luz, numa encenação seja teatro, cinema, tv, ou iluminação de uma obra de arte, sem luz não existe a realização de nenhuma encenação. A luz está ligada diretamente ao nosso sentido da visão, assim, a luz determina o que veremos e como veremos, ou o que a lente da câmera irá captar e como irá captar. A luz projetada em um objeto o ilumina possibilita que seja visto, determina suas dimensões, como tamanho, profundidade, temperatura, cor e textura, a harmonia desses elementos imprime ao espectador uma sensação, variada dentro das sensações humanas, que induz ao espectador uma emoção.

Luz pincel do iluminador

Lembre-se que a luz é apenas uma ferramenta, como as tintas para um artista plástico, que vai pintar na tela emoções humanas, que desenvolverá um estilo seja realista, expressionista, etc. A sensibilidade do iluminador, um artista assim como o pintor, e que determina a qualidade de uma iluminação, sua sensibilidade determinará se a obra foi iluminada com emoções humanas, ou se simplesmente foi acesa a luz.

Efeitos Especiais

A iluminação também é responsável pela criação dos efeitos-especiais, tanto no cinema quanto no teatro, bem feito cria magia e ilusionismo, darei alguns exemplos práticos, depois você mesmo criará seus próprios efeitos. A tela do cinema ou tv é um quadro bidimensional, o palco de teatro apesar de ser tridimensional poderá ficar chapado (bidimensional) se mal iluminado, a iluminação cênica bem feita irá construir a tridimensionalidade tanto no teatro quanto no cinema e tv.


Luz e Sombra

Ao contrario do que a maioria das pessoas “acha” quando iniciam na iluminação, as sombras constituem um papel importantíssimo e é papel do iluminador criá-las em ambulância, a luz e as sombras é que criarão a tridimensionalidade, que farão saltar da tela chapada para o mundo real, e no palco de teatro criará a intimidade necessária com o espectador.

Sonoplastia

O som está diretamente ligado ao nosso sentido da audição, nesse sentido o som é mais ditador que a luz, na visão você escolhe o que quer ver, já, se o som é emitido a um nível audível não há escolha, cuidado com as adições sonoras que você coloca na obra, primeiro pela ditatoriedade do som depois, o som tem uma característica de ser mais direto na impressão de um sentimento do que a luz, o som já vem de “fabrica” com o sentimento gravado, principalmente se for uma melodia ou música, essa característica foi, e é amplamente utilizada no gênero conhecido por melodrama, do grego “melos” música e “drama” sentimento, ou seja, impressão de sentimento pela música. Por exemplo, se você escolheu como linguagem o “realismo” numa peça teatral, e você resolve colocar uma música naquele monologo do ator, errou por duas vezes, primeiro a cena tornou-se “melodramática” e dependendo da música pode haver o achatamento de sentimentos, o monologo do ator que antes era cheio de nuances, variações de sentimento, passa a ter um sentimento único, o da música.

Definições

Áudio ou som é tudo que é audível em uma encenação, sonoplastia é o som que é introduzido artificialmente, e trilha sonora são as músicas que são introduzidas. A trilha sonora faz parte da sonoplastia, assim como a sonoplastia faz parte do áudio. Vamos dar um exemplo prático, a cena de um filme, um homem discute acaloradamente com outro, nesse instante ouve-se barulho de trânsito, e as vozes dos dois atores, áudio capturado diretamente, o primeiro homem leva a mão à cintura e saca uma arma, inicia-se câmera lenta e música de suspense, some o áudio original, essa música é trilha sonora e faz parte da sonoplastia, a arma dispara, sonoplastia do disparo introduzida na cena, some todo o som e ouve-se apenas as batidas do coração, enquanto que a bala segue lentamente em direção ao outro homem, no instante que a bala atinge o outro homem volta o áudio capturado, vimos nesse exemplo como a sonoplastia imprime a visão do diretor à cena, podemos também mudar completamente a intenção de uma cena apenas mudando a sonoplastia como do suspense para comédia. Imagine a mesma cena, excluindo o contexto do filme claro, enquanto os dois homens discutem, uma música circense alegre ao fundo (você tirou toda a “verdade” da cena está dizendo ao espectador que é “faz de conta”), e no momento que o homem saca a arma e começa a câmera lenta você introduz a música do filme matrix, quando o segundo homem cair e bem provável que o espectador ria ao invés de se assustar.

Alerta

Serve como exemplo se desejar criar uma cena cômica, e serve também de alerta, caso deseje mesmo o suspense evite músicas conhecidas e populares especialmente músicas já usadas em filmes ou publicidade, pois você tirará a atenção da trama de sua obra e remeterá a memória do espectador para a obra que a música lembra.


Após esse breve introdutório, trataremos da iluminação cênica e sonoplastia separadamente, por organização. Claro que a luz e o som finalizam na obra uma unidade, que dentro de sua experiência, o diretor indicará, assim como, figurinos, cenários, etc.
(...continua)
Curso: Inicio Parte 01 Parte 02
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Um comentário:

marcirio disse...

gostei muito do seu curso mas gostaria que você terminasse ele...

eu estou começando agora na parte de iluminação de palco
Me adiciona no msn para podermos conversar. marcirio_poa@hotmail.com
desde já agradeço.